Transatlântico de dezesseis noites

Diário de bordo - Um giro pelo hemisfério norte - #58days
Por: Adriana Aguiar Ribeiro

Sete dias de navegação


Depois de três noites em Fort Lauderdale, embarcamos no Serenade of the Seas, um navio de tamanho médio da Royal Caribbean.

Apesar de sermos experientes em cruzeiros, esta seria nossa primeira viagem Transatlântica.

Navegamos por sete noites seguidas, por águas calmas, dias ensolarados, aproveitando a piscina, o deque para fazer caminhadas, as festas do navio e a boa gastronomia. Nada dentro de um navio permite o tédio! Podemos afirmar isso com segurança.

Dia 9 - Açores 

No nono dia desembarcamos na ilha de São Miguel, em Ponta Delgada, Açores. Ponta Delgada tem um grande porto o que permitiu que o navio atracasse. Desembarcamos bem no centro da cidade.


Açores faz parte de Portugal. Aproveitamos a chance de falar português aqui, bem no meio do Oceano Atlântico. Foi uma delícia! Encantador ver a surpresa da gente local, vendo chegar naquele navio de gringos, uns que falavam português. Só que, diferente deles. Falando "brasileiro", como gostam de dizer.
Em São Miguel, aproveitando a facilidade de entendimento e a simpatia dos quase compatriotas, compramos um chip Vodafone para o celular. Preço justo: 9 euros, com validade de um mês e roaming por todos países da Europa por onde passaríamos. Uma boa aquisição!

Na partida do navio, enquanto o mesmo seguia rente a costa, fui falando com amigos, mostrando um pouco do mar bonito que o navio insistia em recortar, avançando rápido, nos levando adiante.

 Clique aqui e saiba mais detalhes sobre o que fazer na cidade.

Dia 12 - Irlanda

Navegamos por mais dois dias seguidos, para desembarcar em Cobh, uma cidadezinha portuária da Irlanda. Chegamos em uma manhã ensolarada e fria. Desembarcamos bem cedo, um hábito nosso que sempre nos faz encontrar cidades desertas, comércios fechados.


Tem um povo que desembarca bem cedo também. Saímos sempre juntos dos navios. Os chineses. Espertos por ver tudo, saem em grupos enormes. Liderados por um(a) guia feroz que comanda os bandos. Não perdem nada!

Cobh foi uma surpresa agradável. Bonita. Encantadora com sua catedral no alto do morro e animada com sua festa surpresa na praça! Chegamos no fim de semana posterior ao dia do trabalho, que foi postergado para comemoração no dia do nosso desembarque.

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Dia 13 - França

A partir de Cobh a navegação tomou clima mais frio. Adentramos o Canal da Mancha, parando em  Le Havre, simpática cidade ao norte da França. O que mais surpreendeu no lugar foi sua praia bonita, com pedriscos e casinhas coloridas, para a troca de roupas dos banhistas. O mercado colorido. Um almoço com carne e mariscos, em um restaurante à beira-mar. E o mais mais de tudo, a Biblioteca Oscar Niemeyer, uma obra linda do saudoso arquiteto brasileiro.

Biblioteca Oscar Niemeyer
A cidade estava se preparando para receber alguns jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino, que aconteceram depois de nossa visita.

Veja aqui mais detalhes sobre o que fazer na cidade.

Dia 14 - Bélgica

Nossa próxima parada aconteceu no dia seguinte, em Bruges, uma cidade da Bélgica que acalentávamos o sonho de conhecer. O navio atracou no porto próximo a cidade de Blankenberge. Uma dessas surpresinhas de viagens, quando não sabemos exatamente onde estamos. Mas tínhamos traçado no roteiro um modo de chegar até Bruges, em transporte público. O navio até oferecia um transporte por um preço razoável até a cidade, mas gostamos de aventura. Do risco de chegar até lá sem saber direito como. Alguns contratam uma agência para levar até a atração. Nós não! Preferimos a experiência por conta própria, vivendo como um local.


Deu tudo certo. Pegamos um tram (tipo um bonde), um trem, e em uma viagem de aproximadamente uma hora, chegamos à bordada cidade de Bruges. No primeiro canal que atravessamos, da ponte me desesperei com o intenso tráfego de barcos cheios de turistas e os barqueiros, que ignoravam a família de patinhos bebês. Em um momento que dois barcos se cruzaram, vi a família de patos esmagada pelas embarcações. Mas ao final, percebi que alheios a tudo, saíram nadando, vivos, em direção à margem.

Bruges é linda! Seus chocolates, uma arte. Mas caros. Nos contentamos com alguns chocolates belgas vendidos no Carrefour, próximo a estação de trem. Deliciosos por sinal. Pois em Bruxelas (contarei mais adiante) comprei dois chocolatinhos das tais lojas maravilhosas, para constatar que os do mercado eram tão bons, senão melhores!

Para viajar por cinquenta e oito dias, não dá para extrapolar nas despesas. Até porque a gente quer poder viajar mais.

Conseguimos retornar ao navio dentro de um horário bem tranquilo para a partida. Pois temos hábito de nos programar com tempo suficiente para os imprevistos!

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Dia 15 - Holanda

Navegamos durante a noite e acordamos na frenética e animada Amsterdan. Que delícia atracar no porto e desembarcar em meio ao trânsito louco de bicicletas. A prioridade ali é o ciclista. Depois o pedestre. E por último os carros. É justo! E agora tem a febre das patinetes, que está enlouquecendo as autoridades, os pedestres, os ciclistas...


O sucesso do chip Vodafone foi tanto que o marido comprou um chip também. Apesar da gente não querer ceder muito, a vida fica mais fácil com internet.
A icônica Centraal Station de Amsterdam
Um dia inteiro revendo Amsterdam, sem a pressa de conhecer o já conhecido, perambulando pelas ruas e seus canais. Que cidade maravilhosa. Boa energia! Lotada sempre de turistas. O cheiro de erva pelas ruas. Os bolos alucinógenos. Os Waffles! Ah! os Waffles! Com geleia, com sorvete, com chá, com café... Os salgadinhos nas vitrines, as batatas fritas com maionese, as bicicletas outra vez. As patinetes!

Deixamos a cidade outra vez com saudades!

Sair navegando de Amsterdam permitiu enxergar uma outra cidade moderna, crescendo ao longo dos canais. Prédios novos, casas aconchegantes, parques, tudo com os deques emoldurando a paisagem com seus barcos grandes, pequenos, casas flutuantes, (patinetes?) tudo arrumado em meio ao caos.

Leia mais aqui, sobre este desembarque em Amsterdam.
Amsterdam moderna

Leia aqui mais sobre a cidade de Amsterdam.

E o Serenade of the Seas cortando as águas dos canais, como uma faca cortando manteiga mole.

Felicidade está contida em mil coisas! Em navegar também.

Uma redução na marcha e a voz metálica do comandante anunciou no alto-falante que havia problemas adiante. A porta da eclusa por onde sairíamos do canal para o mar emperrou. Sem tempo previsto para o conserto. Esse perrengue era deles. Pois teriam que reprogramar tempo de navegação, atracação, etc. Nós, turistas, permanecemos bebericando em copos, taças, ouvindo boa música, e apreciando, com êxtase e curiosidade, toda a movimentação aquática e a fila de embarcações que se formava atrás de nós.

Mais de uma hora depois nosso interesse se voltou ao procedimento do encher e esvaziar das comportas, permitindo ao navio passar para outro nível, ganhando assim liberdade para navegar em mar aberto.
Travessia com direito a certificado

O último  dia no navio permitiu uma navegação gostosa, já prenúncio de um desembarque definitivo. Aproveitei para fazer uma visita por trás dos bastidores, que desejava há tempos realizar: as cozinhas, padarias, com toda preparação do que era servido diariamente para  seus quase dois mil passageiros. Além de alimentar uma tripulação composta por quase novecentos membros. Em breve contaremos "Por trás dos bastidores" com detalhes.

À noite, durante o sono, pela primeira vez o navio balançou. Sacudido por águas mexidas. Foi como um sonho. Pois acordamos e tudo estava parado. Atracamos em Copenhagen!



Leia esta viagem na íntegra clicando aqui!




Entre aqui e leia sobre muitos destinos visitados a bordo de um navio! Leia dicas que podem ajudar quem vai navegar.

Comentários

  1. Q bacana! To doida p ler os proximos posts.. principalmente o por tras dos bastidores!! Bjx

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    Respostas
    1. Estamos nos esforçando para atualizar as viagens o mais rápido possível. Obrigada pelo comentário! Bjs!!

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